Seguidores

sexta-feira, 1 de abril de 2011

O Plano Diretor de Educação Religiosa Batista no Brasil - parte 3

B. Questões preliminares e fundamentais sobre a educação religiosa batista no Brasil

Antes de prosseguirmos, será necessário refletir sobre algumas questões preliminares e fundamentais. Vamos lá:

1. Busca por fontes e fundamentos: “fazer” educação é mais do que apenas ter salas de aulas, professores e horários para a oferta de aulas. É preciso ir buscar os pilares a partir dos quais é possível elaborar uma educação construída conscientemente, com objetivos claramente definidos e contextualizada, além de situada dentro da missão integral da igreja.

2. Busca por modelos educacionais: as Diretrizes apontam para elaboração de um projeto educacional distanciado do modelo conteudista que privilegia o conteúdo como elemento organizador de todo processo educacional, nem sempre trazendo para a igreja  local um atendimento contextualizado; além disso, será preciso considerar que as discussões gerais sobre a educação religiosa na igreja laboram em torno de três eixos: currículo (conteúdo), literatura (conteúdo) e estrutura (funcionamento) – deixando de lado a educação a partir de seus fundamentos, mas também nem sempre tratando a educação a partir dela mesma.

            a. Fundamentos teológicos e filosóficos: antes de entrarmos propriamente na discussão da educação como educação será preciso buscar no campo da Teologia e Filosofia (nesta sequência) o subsolo ou fundamentos onde estaremos assentando os pilares fundantes de uma educação construída a partir de uma visão cristã para que possamos aplicá-la ao ensino da vida religiosa;

           b. Modelo educacional orientado por valores cristãos / objetivos educacionais gerais, e por objetivos contextuais: as Diretrizes apontam para a construção de um sistema/processo educacional baseado na visão cristã da vida, sendo, portanto, necessária ser uma educação orientada tanto por objetivos, quanto valores (prioridades) cristãos. Como se pretende uma educação a partir da igreja local e sua realidade será necessário também considerar uma educação orientada por objetivos contextuais, isto é, objetivos que sejam obtidos do perfil da igreja local e compatíveis com suas necessidades vivenciais em seu entorno de modo a ser efetiva testemunha não só da pregação do evangelho, mas portadora de vida exemplar e influente em seu contexto. Assim teremos uma educação que atenda as tendências e prognósticos do mundo contemporâneo, mas também que dê conta de instrumentalizar com o Evangelho a igreja local em seu ambiente existencial.

           c. Educação integral: a partir da antropologia cristã será necessária a construção de um processo educacional que considere o ser humano como um todo, não apenas em seu aspecto cognitivo (SABER), que poderá apenas privilegiar a memória, mas também será necessário dar-lhe oportunidade para construir o conhecimento refletindo sobre ele (REFLETIR). Além disso, será necessário considerar que o ser humano convertido ao evangelho é desafiado a desenvolver e utilizar os seus dons, por isso precisará ser capacitado a servir na obra de Deus (FAZER). A vida cristã afeta todo o ser, portanto a vida mental e emocional deverá ser transformada e aperfeiçoada pela efetivação do evangelho em sua vida (SENTIR / PENSAR). Desde o Éden o ser humano foi criado para o relacionamento que também precisará ser atendido no desenvolvimento da vida cristã (CONVIVER / SERVIR) e, desde que o Evangelho deve promover uma radical transformação na vida, será necessário que o cristão seja atendido no aperfeiçoamento de seu caráter (SER). Estes verbos de ação pedagógica – SABER/REFLETIR, FAZER, SENTIR, CONVIVER/SERVIR e SER – muito mais do que tópicos curriculares deverão ser implementados transversalmente em toda educação religiosa na igreja, o que significa que isso ultrapassará o âmbito da sala de aula e eclesiástico.

            d. A junção de um modelo orientado por valores cristãos / objetivos gerais e por objetivos contextuais com a educação integral será o recurso necessário para desenvolver as competências, atitudes e habilidades necessárias para o cristão por intermédio de uma aprendizagem significativa (Ausubel).

C. Uma visão panorâmica do Plano Diretor

O PDER contempla meios para que cada igreja desenvolva o seu próprio Projeto Pedagógico. Esse Projeto Pedagógico deverá ser um modelo de projeto educacional flexível, dinâmico, funcional e adaptável que possa ser recomendado a todas igrejas batistas no vasto e diversificado país em que vivemos. Por isso, o PDER da Convenção Batista Brasileira foi elaborado de modo a evitar a oferta de uma educação conteudista, adestradora e descontextualizada e, na elaboração do plano curricular e da literatura que a Convenção vai disponibilizar às igrejas, deverá contemplar a extensão do ensino bíblico, doutrinário, ético, serviço cristão, ação missionária, vida devocional. Dentro da operacionalização do PDER, há a previsão de que a CBB4 desenvolva uma rede capilarizada de atendimento por meio de encontros regionais de excelência educacional religiosa de modo a oferecer assessoria às igrejas locais, especialmente por intermédio das convenções estaduais e associações regionais de igrejas, promover continuadamente fóruns regionais de discussão e outros eventos necessários tanto para a compreensão das realidades regionais, quanto para atualização educacional. O PDER prevê a criação e operacionalização de um sistema e procedimentos de avaliação continuada da oferta da CBB de educação religiosa no ambiente batista brasileiro.

Com isso em mente, leia, estude e descubra novas maneiras de se fazer educação em sua igreja local.

batistas.com/edu_religiosa/PlanoDiretor_Versao 3.1.pdf

Um comentário: